segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sonido

Na rotação de sensações na minha cabeça,
Não hà paragens, nem becos.
Velocidade clara,
Onde os meus pés correm e sangram explosivamente contra a parede.

Na estrada entre o alcool, alucinações ensurdecedoras e defecientes,
A luz estridente que se confunde com o brilho dentro do breu onde cresci,
Apagando memórias,  pesos...

Não existe consiência nem moral.
Existe banalidade...
Na furia,
No desasossego de sentir algo mais...

Algo mais do que sexo,
Do que felicidade,
Do que dor.

Lugar que desvanece da minha cabeça,
Da moca comum dos sonhadores,
Como se de um baque se tratasse.

Na alienação,
Das variações,
Dos modos de estar, de olhar...

Que estrada!
Que corrida!

Não sei o meu tempo,
Tão pouco sei que estrada é esta...

Apenas sei que já não tenho pés para parar.
Não tenho cabeça para pensar,

Vou a correr...
O que vier de frente baterá contra mim,
Na força da minha reacção,
Da minha violência em furacão,
Do meu pânico de não puder parar.

E ando, corro, choro e grito.
Mas não paro,
Não posso, nem quero.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sete - Chaves

A dor acutilante, presente...
E minhas almas que choram, ouvindo a traição.

Cólera subita, e dentro dela medo, frio e horror!
Cheiro a dor que se avizinha, calma e desconcertante...
Em voltas rectas, circulando-me dolorosamente.
A tua vida grita para te perdoares,
Despejares o peso,
Mas a vergonha conseme-te como chamas em pasto seco.
...

A razão não te compreende,
Tão pouco a consciência.
Suja, inundade de pesar...
Abominas as mãos que te tocaram,
Mas por estupidez, achas que as tentas-te!

E na dor
Os anos passam,
Imagens cravadas, tal cruz ensanguentada...
Que Deus te salvará?
Preces silênciosas, incontáveis e absurdas.

E agora
Frente a frente com quem te arruinou...
Sorris.
Como se as lágrimas limpassem o sangue,
Como se os sonhos apagassem memórias.
Como se o tempo sarasse feridas,

O coração da criança que não existe.

Entregou-se ao mais negro lado da vida:

A culpa!